Quais são as bactérias que causam infecção urinária?

A infecção do trato urinário (ITU), comumente conhecida como infecção urinária, é um problema de saúde que afeta um grande número de pessoas em todo o mundo. Essas infecções são particularmente comuns entre as mulheres, embora homens e crianças também possam ser afetados.

O conhecimento sobre os germes que provocam as ITU ajuda indivíduos e profissionais de saúde a tomar decisões informadas sobre o tratamento e a prevenção.

As infecções do trato urinário ocorrem quando microrganismos, geralmente bactérias, entram no sistema urinário através da uretra e começam a se multiplicar na bexiga. Embora o sistema urinário seja projetado para manter esses invasores do lado de fora, às vezes suas defesas falham. Quando isso acontece, as bactérias podem se aderir às paredes do trato urinário e se multiplicar rapidamente, levando a sintomas como dor ao urinar, urgência urinária e, em alguns casos, febre.

Neste artigo, exploraremos quais bactérias são responsáveis por causar infecções do trato urinário. Discutiremos como elas podem entrar no trato urinário e quais fatores as tornam mais propensas a causar infecções.

Bactérias mais comuns na infecção urinária

Mais de 95% dos quadros de infecção urinária não complicada são causadas por uma única espécie de bactéria (1). A maioria das ITU é causada por bactérias originárias da flora intestinal, como Escherichia coli, Klebsiella, ProteusPseudomonas ou Enterococcus. Eventualmente, a infecção urinária pode ser provocada por germes originários da flora da vagina ou da pele do períneo, como as bactérias Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus saprophyticus ou o fungo Candida albicans (2,3).

Escherichia coli (E. coli)

A E. coli é, de longe, a causa mais comum de ITU, sendo responsável por 85% das infecções adquiridas na comunidade e 50% das infecções hospitalares (2).

A Escherichia coli é uma bactéria que faz parte da flora normal do intestino humano e de alguns animais. Embora a maioria das cepas de E. coli sejam inofensivas e até benéficas para a saúde digestiva, existem algumas que podem causar doenças, incluindo diarreias ou infecções do trato urinário.

A E. coli é uma bactéria em forma de bastonete, classificada como uma bactéria Gram-negativa. As cepas de E. coli que causam infecções urinárias geralmente têm a capacidade de se aderir às paredes do trato urinário, o que lhes permite colonizar e se multiplicar.

Klebsiella pneumoniae (K. pneumoniae)

Os seres humanos são o principal reservatório da bactéria Klebsiella pneumonia. Em até 38% das pessoas é possível detectar a presença da K. pneumoniae nas fezes e em até 6% na nasofaringe (4).

Portanto, assim como ocorre com a E.coli, a infecção urinária por K. pneumoniae tem como primeiro passo a contaminação da região geniturinária por bactérias do trato intestinal.

A ITU por Klebsiella pneumonia é bem menos comum que por e.coli, ocorrendo em menos de 5% dos casos (4).

O quadro clínico das infecções do trato urinário causadas por K. pneumoniae é semelhante ao causado por outras bactérias. No entanto, em pacientes com diabetes mellitus, imunossupressão ou obstrução do trato urinário, a K. pneumoniae pode causar infecções mais graves, como pielonefrite enfisematosa (infecção renal com formação de gás) ou abscesso renal (4).

Proteus mirabilis (P. mirabilis)

A bactéria Proteus mirabilis é outra bactéria natural da flora intestinal. Menos comum que as infecções por E.coli e K. pneumoniae, a P. mirabilis não costuma causar infecções do trato urinário (em pacientes saudáveis e sem alterações na anatomia urinária.) (5).

Por outro lado, o P. mirabilis é isolado com relativa frequência em ITUs complicadas, como as que se apresentam em pacientes com anormalidades anatômicas, especialmente pacientes com urolitíase ou cateter urinário de demora.

O P. mirabilis é bem conhecido por sua capacidade de produzir urease, que gera amônia e eleva o pH da urina. Esse pH alcalino da urina favorece a cristalização de cálcio e magnésio, provocando cálculos urinários, muitas vezes de grandes dimensões (5).


Referências


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